domingo, 19 de maio de 2019

A Bíblia Septuaginta grega

A Bíblia Septuaginta grega trocou o termo re’ém para monokeros (mono = um; keros = corno ou chifre) dando o sentido de “um só chifre”, ou “unicórnio”.
A Bíblia Vulgata latina frequentemente traduz o termo re’ém para “rinoceronte”.
A Bíblia traduzida de Lutero (Luther Bibel 1545) traduz o termo re’ém para einhörner (ein = um; horner = chifre), que também significa único chifre, ou unicórnio.
Então, como vemos, o termo “unicórnio”, na Bíblia, se referia a alguma espécie que tinha apenas um chifre. Poderia ter sido o rinoceronte ou alguma outra espécie extinta. O elasmotherium pode ter dado origem ao mito moderno do unicórnio, como descrito por testemunhas na China e na Pérsia.

Ateísmo

Ateísmo
Para a maioria dos ateus no facebook é divertido compartilhar memes de humor religioso, falar de contradições na Bíblia e fazer piadas sobre pastores pentecostais. Mas existe algo intrigante quando se observa a constância dessas atitudes nas páginas ateístas: é que muitas pessoas não conseguem ir além disso e os que vão além em geral partem do humor para a agressividade.

E não é incomum as páginas ateias fomentarem essas posturas. Para citar um exemplo bem conhecido, a ATEA, sua página no face resvalou para um radicalismo antirreligioso às vezes infantil e intolerante, como pode ser observado em alguns memes que são postados na página.

Quando uma pessoa deixa a religião, por exemplo, um jovem com idade entre 17 e 20 anos, em geral suas primeiras reações são o deslumbramento com novos conhecimentos que adquire, com a possibilidade de ser feliz sem precisar de uma fé sobrenatural e também uma revolta com a religião, a sensação de tempo perdido por tanto tempo numa igreja e o sentimento de raiva frente a acusações, juras de maldição ou até mesmo com pregações que agora passa a desprezar.

Esse jovem então sente a necessidade de falar de religião, fazer crítica, falar mal de Deus e encontra nas redes sociais milhares de pessoas que, como ele, despejam toneladas de humor ácido e ressentimento contra a fé que abandonaram. Essa é uma fase de profunda imaturidade intelectual e quando passam muitos anos com esse mesmo posicionamento a incultura toma de vez o lugar de qualquer saber. Muitos nunca leram os clássicos da filosofia moderna, nem Durkheim, Weber, Eliade, Joseph Campbell e outros sequer ouviram falar de Karen Armstrong, Jean Delumeau, Christopher Hill ou Rodney Stark.

Daniel Sottomaior é um exemplo de ateu inculto que passou da adolescência. Sua postura de frequentar programas televisivos e afirmar categoricamente que Deus não existe é contraproducente. Sottomaior nunca se coloca como um filósofo, um sociólogo, um historiador, um estudioso de religiões, ele é sempre o ateu que fala a mesma coisa: as religiões são irracionais e Deus é uma ilusão. É como um dogmatismo religioso às avessas.

Esse tipo de atitude pode provocar nos ouvintes religiosos uma dissonância cognitiva: diante do choque de uma afirmação categórica de que a religião é falsa e não há nenhum Deus, o ouvinte se coloca na postura defensiva. Esse discurso lhe causa desconforto emocional e cognitivo porque se choca frontalmente com suas convicções, que ele reafirma contra o que está ouvindo.

O ateu inculto toma a religião como uma espécie de mal que pode e deve ser erradicado e então decide atacá-la. Ele não é um intelectual, não compreende o que está atacando e então ataca irresponsavelmente. Ele retribui com a mesma moeda o preconceito que recebe de algumas pessoas religiosas e percebe as religiões a partir de estereótipos ou de leituras dispersas. Ao se recusar a compreender a religião em suas múltiplas facetas, antropológica, literária, histórica, o ateu inculto se torna presa da própria ignorância: a agressividade é sua única arma de defesa e ataque.

Não são poucos os ateus que não compreendem o valor literário da Bíblia e sua importância para a formação da cultura ocidental, não conhecem as diferentes linguagens ali utilizadas e frequentemente dão crédito a pesquisas de pouco valor acadêmico,  Reafirmam ainda um cientificismo novecentista, que traduz a linguagem verdadeira sobre o mundo ao passo que as religiões representariam as falsas interpretações.

Os únicos lugares onde a militância ateísta ainda pode ter alguma importância são os países muçulmanos, muitos dos quais punem a descrença com a morte. No Ocidente, a secularização e o desencantamento do mundo mudaram a própria pregação religiosa, que deixou de centrar seus discursos na salvação e no inferno para oferecer prosperidade e bem-estar.

Ainda restou o fundamentalismo que, apesar de ser uma posição minoritária, faz algum barulho. Mas o fundamentalismo, como diz Karen Armstrong, é antes uma defesa do que um ataque; é uma reação da religião frente a um temor de aniquilação. Se fundamentalistas tentam intervir na legislação, o que se pode fazer é reafirmar a necessidade da separação entre religião e política e não é preciso ser ateu para fazer isso, porque muitas pessoas e lideranças religiosas compreendem a importância do laicismo. No campo da ciência, as investidas dos criacionistas ocorrem há muito tempo e nunca foram muito longe, por isso eles frequentemente tentam apelar às leis para que sua cosmovisão seja ensinada nas escolas.

O ateísmo moderno tem cerca de trezentos anos de história e nasceu como uma postura negativa de crítica e combate à religião de Estado e à intolerância subjacente a essa condição. Hoje, porém, um ateu que ocupa seu tempo a fazer militância antirreligiosa e a ridicularizar a religião se prende a uma postura infantil anti-intelectualista como aqueles que tentam provar cientificamente o Gênesis.

O ateu militante em geral não saiu da condição juvenil de revolta contra a religião. O ateísmo está superado enquanto postura intelectual, não porque seja falso, mas porque não tem mais importância do ponto de vista científico. Ou seja, defender abertamente o ateísmo em qualquer meio científico não é mais algo ousado, é antes um discurso como qualquer outro. Já o neoateísmo ainda é válido por pontuar algumas questões sobre a relação por vezes ainda simbiótica entre religião e ciência, especialmente no caso dos Estados Unidos (por extensão, do mundo anglo-saxão) e atua principalmente no campo da neurociência e das ciências naturais.

Ser ateu no passado definia certo status intelectual, como no Iluminismo radical francês, na esquerda hegeliana do século 19 ou em Nietzsche, Freud, Darwin, Bakunin e outros. Mas o Iluminismo e a Revolução Francesa já fizeram o que deveria ser feito para que a religião fique confinada à esfera da vida privada no Ocidente. Quanto ao preconceito, isso pode ser atenuado no debate qualificado e com educação de qualidade. O esclarecimento dispensa a militância antirreligiosa porque suas ações se circunscreveram a outra época.

Qualquer postura que termine em fechamento ao diálogo vai ficar presa na armadilha do pensamento único, da voz que só ouve o próprio eco e vê nas demais inimigos potenciais. Quando você segue o caminho da pesquisa e da compreensão histórica esse tipo de militância se torna tão desnecessária quanto contraproducente.

Compreender historicamente a religião não significa abrir mão da crítica e as possibilidades de esclarecimento que se abrem com essa perspectiva não se fecham ao diálogo com uma alteridade nem se perdem na mera denegação a ela. Poucos ou talvez mesmo nenhum ateu que fica apenas na militância consegue perceber a importância disso.

O sinal de Jonas que não se cumpriu.

O sinal de Jonas que não se cumpriu.

Analisando os relatos sobre a ressurreição

Missionários alegam que muitos sinais foram cumpridos por Jesus, como ser descendente de David e nascer de uma virgem em Belém. Como vimos anteriormente, esses não são sinais que provam a identidade do Messias, como também os mesmos nunca foram apresentados por Jesus. Na verdade, Jesus sempre ficou acuado quando lhe pediam por sinais, e muitas vezes usou de milagres para tentar aprovar sua legitimidade.

Mas um sinal ele mesmo alegou que cumpriria:

"Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas; Pois, como Jonas esteve três dias etrês noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra." (Mateus 12:38-40)

Jesus aqui profetiza sobre sua ressurreição. Da mesma forma que Jonas ficou três dias e três noites no ventre do peixe, assim Jesus ficaria morto por três dias e três noites e depois reviveria. Quando os Judeus vissem que o sinal se cumpriu, saberiam que a profecia de Jesus foi verdadeira. Aí que a confusão começa.

Ao olharmos os supostos testemunhos sobre a ressurreição de Jesus, não encontramos um acordo entre os autores do Novo Testamento. Os autores dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) entram em conflito, em quase todos os detalhes, contra o evangelho de João. O que, aliás, não deveria acontecer em um livro inspirado por D'us.

De acordo com os sinóticos, Jesus após sua morte, ficou enterrado por 3 dias e 2 noites. Seus respectivos autores descrevem que Jesus morreu na sexta-feira antes do por do sol e reviveu no domingo pela manhã.

"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro." (Mateus 28:1)

"E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol."
(Marcos 16:1-2)

"E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas."  (Lucas 24:1)

Todos eles concordam que foi no domingo de manhã que Jesus supostamente ressucitou. Podemos ver então, que ele ficou somente 3 dias e 2 noites sepultado. Mas João discorda deles:

"E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada,sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro."  (João 20:1)

O autor do livro de João destaca que ainda estava escuro quando Maria Madalena chegou no sepulcro. O terceiro dia ainda não tinha nascido e ela já encontrou o túmulo vazio. Sendo assim, Jesus ficou sepultado por 2 dias e 2 noites.

Um detalhe que eu não queria deixar de passar. Se perguntarmos aos escritores dos evangelhos, quantas pessoas foram ao túmulo, qual seria a respota?

Mateus: 2 pessoas "... Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro." (Mateus 28:1)

Marcos: 3 pessoas "...Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé..." (Marcos 16:1)

Lucas: + de 4 pessoas "...Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam." (Lucas 24:10)

João: 1 pessoa "...Maria Madalena foi ao sepulcro..." (João 20:1)

Parece que eles não conseguem concordar em nada. Como vimos pela confusão acima, não exite testemunho congruente pois não se sabe quem viu o que. Os evangelhos discordam sobre quem estava lá, o que eles viram e o que aconteceu depois. Enquanto que em Mateus e Marcos, as mulheres encontram um anjo na sepultura, em Lucas elas econtram dois homens e em João ninguém. De acordo com João, somente quando Maria retorna pela segunda vez é que ela vê dois anjos dentro do Túmulo.

Mas o ponto aqui é enxergar que o único sinal que deveria seria cumprido por Jesus, simplesmente não foi. Os autores falharam nesse detalhe ao inventar a história da ressurreição. O sinal que Jesus deu, na verdade não foi para provar que ele era o Messias, e sim o contrário, pois a Torá nos instruiu:

"Quando o profeta falar em nome do Eterno, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Eterno não falou; com soberba a falou aquele profeta;não tenhas temor dele." (Deuteronômio 18:22)

Fonte: Judeus para o judaísmo
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O mito da encarnação necessária de Deus

O mito da encarnação necessária de Deus (...) pode ser entendido como o confronto criativo do homem com os opostos e a síntese no eu: a completude de sua personalidade (...). Essa é a meta (...) que integra significativamente o homem no esquema da criação e, ao mesmo tempo dá sentido a ela. - C.G. Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões.

A história e a antropologia nos ensinam que a sociedade humana não pode sobreviver por muito tempo, a menos que seus membros estejam psicologicamente contidos num mito central vivo. Esse mito proporciona ao indivíduo uma razão de ser. Às questões últimas acerca da existência humana, ele fornece respostas que satisfazem aos membros mais desenvolvidos e perspicazes da sociedade. E quando a minoria criativa e intelectual está em harmonia com o mito predominante, as outras camadas da sociedade seguem sua liderança, chegando mesmo a poupar-se de um confronto direto com a questão fatídica do sentido da vida.
É evidente para as pessoas reflexivas que a sociedade ocidental já não possui um mito viável, operante. De fato, todas as principais culturas mundiais aproximam-se, em maior e menor grau, de um estado de carência de mitos. O colapso de um mito central é como o estilhaçamento de um frasco que contém uma essência precisa: o líquido se derrama e se escoa, sugado pela matéria indifenciada à sua volta. O sentido se perde. Em seu lugar, reativam-se os conteúdos primitivos e atávicos. Os valores diferenciados desaparecem e são substituídos por motivações elementares de poder e prazer, ou então o indivíduo expõe-se ao vazio e ao desespero. Com a perda da consciência de uma realidade transpessoal (Deus), as anarquias interna e externa dos desejos pessoais rivais assumem o poder.
A perda do mito central acarreta uma situação verdadeiramente apocalíptica, e esse é o estado do homem moderno. Faz tempo que nossos poetas reconheceram esse fato. Yeats expressou-o na perfeição em seu poema "O Segundo Advento:

Girando e girando no turbilhão que se alarga / O falcão não sabe ouvir o falcoeiro;/ As coisas se despedaçam; o centro não pode manter-se;/ A mera anarquia se espalha pelo mundo./ A maré tinta de sangue se espraia e, em toda parte./ A cerimônia da inocência submerge;/ Aos melhores falta toda a convicção, enquanto os piores/ Estão repletos de intensidade apaixonada./ Decerto alguma revelação está a caminho./ Decerto o Segundo Advento está a caminho. / O Segundo Advento Mal são tais palavras enunciadas/ E uma vasta imagem saída do Spirirus Mundi/ Turva-me o olhar: em algum lugar das areias do deserto/ Uma figura com corpo de leão e cabeça de homem/ Com um olhar branco e impiedoso como o Sol,/ Move seus membros lentos, enquanto a seu redor/ Volteiam sombras dos pássaros indignados do deserto./ Caem novamente nas trevas; mas sei agora/ Que vinte séculos de pétreo sono/ Foram tormentosamente embalados ao pesadelo por um berço balouçante./ E que besta selvagem, chegada finalmente sua hora,/ Arrasta-se até Belém para nascer?"

Esse poema, publicado originalmente em 1921, é surpreendente na maneira como toca sucintamente nos principais temas que concernem ao estado atual da psique coletiva. Quebrou-se o círculo mágico de nossa mandala e o sentido escapou. O ego-falcão perdeu o vínculo com seu criador, liberando do controle os níveis primitivos do inconsciente. O caos resultante conclama, em compensação, o nascimento de uma nova dominante psíquica central. Qual será ela? O Anticristo? A alusão à esfinge sugere que devemos mais uma vez enfrentar o enigma da Esfinge e perguntarmo-nos mais seriamente: "Qual é o sentido da vida?"
Edward F. Edinger, livro: A Criação da Consciência

O CONCEITO DE "PECADO" NÃO É JUDAICO

O CONCEITO DE "PECADO" NÃO É JUDAICO [por Israel Drazin, um dos judeus racionalistas que eu mais admiro]

Há duas coisas que venho dizendo e então um terceiro item apareceu e me surpreendeu.

Eu menciono frequentemente que não há conceito de “pecado” na Bíblia Hebraica, como é conhecido hoje, na forma de uma mancha distorcida na alma que requer um tipo de processo de expiação sobrenatural. Sugeri que o conceito de "pecado" é cristão e que sinto que é prejudicial. Judeus chegaram erroneamente a acreditar que o judaísmo aceita que existe um conceito chamado "pecado", sem perceber que ele não é judeu, porque "pecado" é mencionado com tanta frequência, e eles pensam que é atribuído a Adão e outras pessoas na Bíblia Hebraica.

Isto está errado.  No judaísmo, o comportamento inadequado é visto no contexto de um evento racional e natural.  A Bíblia Hebraica fala de três categorias de erros que não são sinônimos.  Há CHET, o passo em falso, que significa literalmente “errar o alvo”, como se alguém estivesse atirando uma flecha e batendo nas bordas externas do alvo, perdendo seu centro.  A Bíblia menciona 34 vezes.  A segunda PESHA, ocorrendo 93 vezes, é um ato consciente de rebelião, como se vingar, roubar, matar.  O terceiro AVON, citado em 233 casos, é um erro, um ato não intencional que, no entanto, tem consequências danosas.  Compreendido desta maneira natural, deve ficar claro que a conduta é algo que não deve provocar sentimentos passivos de culpa e recitações de rezas;  os indivíduos devem reconhecer o que fizeram de errado, pensar por que erraram, tomar ações que consertem as consequências e assegurar que não haverá repetição.

A segunda ideia que enfatizei por décadas é o brilhantismo de Maimônides (1138-1204), o mais inteligente pensador do judaísmo desde o legislador Moisés.  Gostei que ele ensinou que a verdade é a verdade, não importa qual seja a sua fonte.  Ele nos disse em sua introdução ao seu Guia dos Perplexos que ele, portanto, dependia da sabedoria do antigo filósofo pagão Aristóteles (384-322 aC) para muitas de suas idéias.  Maimonides explicou CHET e como lidar com isso, como dito acima.

Uma das coisas que faço diariamente é ler “Dictionary.com/Word of the Day”. É gratuito para mim todas as manhãs.  Fiquei surpreso que em 3 de abril de 2019, a palavra do dia ensinou a lição sobre “pecado”. A palavra era HAMARTIA, uma tragédia;  falha trágica.

Na "Origem" da seção de Palavra do Dia: "Em grego, o substantivo HAMARTIA significa 'fracasso, culpa, erro (de julgamento), culpa, pecado'. HAMARTIA, se familiar, será familiar como  o termo que o filósofo grego Aristóteles (384-322 aC) utiliza em para 'defeito pessoal' ou 'fragilidade' - a trágica falha - que traz a ruína de um homem próspero ou eminente, que não é nem totalmente vilão nem totalmente bom, como,  por exemplo, Édipo.  HAMARTIA é um derivativo do verbo hamartánein '(de uma lança) para errar o alvo, (em geral) falhar no propósito de alguém, faltar, errar' ”.

Surpreendentemente, tanto CHET quanto HAMARTIA são definidos como erros.  Maimônides e Aristóteles concordaram.

DeUS CRIOU O MAL?

D’US CRIOU O MAL?

Maimônides [1] responde a esta pergunta. Vamos rever ...

Diferentes definições de "Criar"

Antes de rever o texto da Torá, Maimônides esclarece um equívoco da palavra "criar". Ele cita a seita dos Mutakallemim que viram cegueira e surdez como propriedades positivas, considerando tais situações como criações reais de D’us. Maimônides demonstra o erro deles através de uma analogia: Aquele que remove um obstáculo que encontra-se adiante de outra pessoa, está de alguma forma, "criando" movimento. Da mesma forma, aquele que remove o pilar de sustentação de um edifício, de alguma forma "cria" um movimento para baixo de todo o teto.
Porém, em ambos os casos, o que houve foi ação aplicada da pessoa em relação ao obstáculo e a viga, respectivamente, e assim, não houve de fato um "movimento" criado de forma direta. No entanto, podemos dizer que a pessoa que atua sobre o obstáculo e sobre a viga é o "criador" do movimento resultante. Da mesma forma, aquele que remove a luz de um quarto, é visto como tendo criado a escuridão, embora a escuridão não seja algo real, como é a luz. A escuridão é meramente aquilo que permanece quando a luz é removida. Alguém poderia ser chamado o ‘criador’ da escuridão neste sentido, embora nada de positivo tenha sido criado, pois a escuridão não tem existência positiva.
Tendo sido mostrada esta distinção clara e válida entre dois tipos de criação, ou seja, a criação real de uma entidade positiva, e a criação 'denominada’ ou incidental de certas coisas, tais como a escuridão, Maimônides continua a examinar uma passagem da Torá que lida com esta questão: Isaías 45: 7 afirma, "Eu formo a luz e criar (borê) a escuridão, eu faço ('oséh) a paz e crio (borê) mal ..."

Maimônides aponta para a distinção das diferentes palavras aplicadas à ‘luz’ e às ‘trevas’, à ‘paz’ e ao ‘mal’. Em relação à luz, a palavra usada é "yotzer", que significa formar uma coisa a partir de matéria já existente. O sol foi feito a partir de um material já existente, por conseguinte, o termo "yotzer" é empregado. No entanto, ao descrever a "criação" da escuridão e do mal, a palavra usada por D’us é "borê", que refere-se a agir sobre o nada, como na frase, "No princípio, D’us criou o céu (bará) e a Terra". Aqui também, D’us estava criando nosso mundo do nada, de modo que a palavra " bará " é usada para ensinar apenas este ponto. A regra é que quando D’us se relaciona com nada, o termo "borê/bará" é usado.
Quando esta passagem diz que D’us cria ("borê") a escuridão e o mal, isso significa que ele criou no seguinte sentido: Ele é a causa da escuridão e do mal só na medida em que criou a luz e a paz – coisas que podem ser removidas – deixando em seu lugar, a escuridão e o mal . O fato de que D’us não criou as trevas como ele criou a Terra, por exemplo, é claro: Ele só cria entidades positivas.  A criação per se significa afetar um objeto real de alguma forma. Quando há um objeto, podemos dizer dele que foi de fato, criado. Mas a escuridão e o mal não são entidades positivas, como então alguém pode agir sobre o que não é positivo, mas sim, sob aquilo que é apenas uma privação? A criação é uma força que faz com que algo novo a emane como uma entidade positiva, como a criação da Terra, do Sol ou de qualquer outra coisa real, objetiva. Mas a escuridão não é uma ‘criação objetiva’, mas sim, um subproduto da luz e, portanto, não é algo autenticamente ‘criado’.

O MAL NÃO TEM EXISTÊNCIA VERDADEIRA

Maimônides então se dedica a demonstrar o que é o "mal". Ele mostra todos os males são privações e entidades não positivas. O mal é entendido como algo que ‘está faltando’ - não é algo positivo. Por exemplo, é ‘mal’ quando o homem é pobre, sente fome, é cego ou ignorante. E em todos esses casos, o mal é devido ao fato do homem não ter sucesso financeiro, de não ter comida, de ter perdido a visão, ou de nunca ter se tornado um sábio. O mal em todos esses casos é a privação de algo real, positivo. Portanto, esses males não foram criados, porque males não são realmente coisas existentes. São termos que denotam a falta de entidades positivas reais como alimentos, sabedoria, saúde ou riqueza – e assim, Maimônides ensina que a expressão, "e eis que era bom" usada em Gênesis em referência à criação a cada dia é porque D’us só produz existência real, e toda a existência é boa. Todos os caminhos de D’us são bons. D’us não pode criar realmente o mal, uma vez que o negativo não pode ser criado. Assim, a teoria problemática de que D’us cria o mal está equacionada.

“Porventura da boca do Altíssimo não sai tanto o mal como o bem? ”
Lamentações 3:38

[1] "Guia dos Perplexos", capítulo 10, páginas 265-267, Dover Publications)

CURSOS:

CURSOS:

Trading Sistem Phicube – Bo Willians
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85TEhsM3ZxX016QmM?usp=sharing
Toro Radar
https://drive.google.com/drive/folders/0B8rwtzKiWBj3QVlyUXUzUVhHekU?usp=sharing
Tesouro Direto Express
https://drive.google.com/drive/folders/0B-tq6lrKbp45M3dKbHg4ZUlyd3c?usp=sharing
Tesouro Direto Descomplicado
https://drive.google.com/drive/folders/0B-hVL_uZT68Ga3loS3F0YzhiWTg?usp=sharing
Tape Reading Básico – Scalper Trader
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85UFFFd0x2aVJSbjA?usp=sharing
RafaTrader
https://drive.google.com/drive/folders/1_zaAhP-43eSkVs4gJ--bJ3xJwHil3EKI?usp=sharing
Ports Trader
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85cDdWLUYyeFdlekU?usp=sharing
Neto Trader
https://drive.google.com/drive/folders/1OCrCv01a_SHbphg1Fhaxp6fQaRHy2mGD?usp=sharing
Muito Além do Gráfico – MagoTrader
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85NVpCQk9zdmlTRm8?usp=sharing
Investidor de Sucesso
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Formação de Trader - Igor Rodrigues
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85VkVxSFk5ZlM3MU0?usp=sharing
Daytrader Pro
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Como Fazer Qualquer Estratégia dar Certo – Joaquim Paiffer
https://drive.google.com/drive/folders/1kZXcFsKRI7YS57KK2jPXGsZVSozLO-li?usp=sharing
Bolsa de Valores – Dalton Vieira
https://drive.google.com/drive/folders/0B-hVL_uZT68GVnVRSi1aRUg1N3c?usp=sharing
Atom S/A – Básico
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85WFR2NVdOTjFZWDg?usp=sharing
Atom – Joaquim Paiffer
https://drive.google.com/drive/folders/0B-tq6lrKbp45b0JxaWM2SFphSVE?usp=sharing
Aprenda Vwap – Carol Paiffer
https://drive.google.com/drive/folders/1_lu-lTWrEKxpUKd9-hAaiQgl6mAohH7Q?usp=sharing
Análise Técnica Objetiva – Didi Aguir
https://drive.google.com/drive/folders/1lEBkJclL-F0WR5tYtsC5Y7mSvY0TI6_V?usp=sharing
Análise Gráfica e Timing – Mago Trader
https://drive.google.com/drive/folders/1ZgnFFk0wwxqxHOFR764RG-aGXTJmP0MW?usp=sharing
Finanças Pessoais – XP Investimento
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85MUNnRDFnbjVOQUU?usp=sharing
Finanças Pessoais – Gustavo Cerbasi
https://drive.google.com/drive/folders/0B99q3NcQvj85Q1Frb28tZDgwQzA?usp=sharing
Matrix Financeira
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Trading Esportivo – Juliano Fontes
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Trading Esportivo – Dener Santos
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Academia de Futebol – Antonio Mendes
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Opções Bi…

10 SINAIS DE DOUTRINAÇÃO DE UMA SEITA

10 SINAIS DE  DOUTRINAÇÃO  DE UMA SEITA

1- Exclusivismo

O culto projeta a percepção de que suas ideias são o único caminho. O grupo é o único caminho para alcançar a iluminação, a verdade, a riqueza etc. Nesse esquema de pensamento está implícita a mentalidade do NÓS contra ELES.
2- Temor e intimidação

O líder cultiva uma atmosfera de temor onde ninguém pode questionar suas palavras. Vozes contrárias são tratadas com a técnica de “breaking sessions” (isolamento, acusações, denúncias e humilhação), até elas serem submetidas e conformadas.
3 - "Love Bombing"

Os cultos praticam essa forma de controle mental através do falso amor. No instante em que você ingressa em um culto, ganha novos amigos. Será abraçado e todos irão querer falar com você. Para alguém que é solitário ou chegou recentemente a uma localidade estranha é maravilhoso. Entretanto, depois de um tempo esse “amor” torna-se condicional em relação a sua performance e/ou como será avaliado em relação às normas latentes ao culto.
4 - Controle de informação

Quem controla as informações controla as pessoas. Na dinâmica de controle mental no interior do culto, qualquer informação vinda do exterior é considerada má, especialmente se é de crítica ao culto. Os membros são orientados a não lê-las ou não acreditar nelas. A única informação verdadeira é a fornecida pelo culto.
5 - Estrutura de delação

Todos no interior do culto são encorajados a ficarem atentos a “irmãos resistentes” e delatá-los às lideranças. Toda informação dada será considerada confidencial pelas lideranças. Muitas vezes os membros ficam chocados ao verem seus problemas sendo discutidos nas reuniões do culto. Embora isso crie uma atmosfera persecutória de medo, os membros continuam agindo da mesma forma.
6 - Linguagem carregada de jargões

O culto cria sua própria linguagem e jargões. Isso evita que as pessoas de fora entendam as “misteriosas” conversas e dá aos membros uma poderosa sensação de fazer parte de uma seleta irmandade. Também permite um fenômeno conhecido por “paralisia do pensamento” onde uma simples palavra pode ter o poder de parar com quaisquer pensamentos que possam ir contra o culto.
7 - Controle do Tempo

Faz parte das técnicas de controle mental dos cultos manter os membros tão ocupados com reuniões e atividades que se tornam exaustos demais para pensar sobre seu envolvimento. Se uma pessoa consegue escapar desse dispositivo de controle do tempo do culto, em pouco tempo ela conseguirá contrastar a vida “normal” externa com o ambiente controlado interno do culto e, dessa forma, resultará na sua desistência.
8 - Controle das Relações Pessoais

Os dispositivos de controle mental usam diversos recursos para maximizar seus contatos com membros do culto e minimizar contatos com pessoas externas ao grupo, principalmente se elas mantêm opiniões críticas. Membros poderão se incentivadas a se mudarem para bairros próximos ou mesmo para a casa(s) do próprio culto para poderem ser observadas de forma mais intensiva. O culto irá combater ou faze-lo esquecer de qualquer informação que o faça lembrar da sua vida anterior.
9 - Dissimulação

O culto irá usar a dissimulação. Normalmente o culto nunca contará exatamente para as pessoas no que seus líderes acreditam, suas origens, o que eles praticam e como realmente é a vida no interior do culto. Porque se as pessoas soubessem de tudo isso, jamais ingressariam. Essas informações são passadas lentamente e de forma fragmentada para os iniciados. Dissimulação é o pré-requisito para o controle mental.

10 – Auto-engano
Acreditar que somente loucos, perdedores e estúpidos não participam de cultos é um dispositivo de controle mental usado pelos próprios cultos, reforçados pelos estereótipos midiáticos das notícias sensacionalistas sobre seitas bizarras. Esse dispositivo explora um mecanismo defensivo presente em todos nós em pensamentos como “sou bem sucedido”, “isso nunca aconteceria comigo”, “somente um idiota poderia cair nisso”. Essa espécie de auto-engano, oportunamente explorado por líderes .

sábado, 18 de maio de 2019

Abertas as inscrições para o Congresso que debate Convergências entre Ciência e Espiritualidade.

Abertas as inscrições para o Congresso que debate Convergências entre Ciência e Espiritualidade.

Especialistas de diversos países se reúnem de 5 a 7 de julho, em Congresso no Rio, para apresentar a convergência da ciência e da espiritualidade em campos como neurociência, psiquiatria, psicologia e nutrição.
Um novo olhar sobre a vida. É o que propõe o Luminarium - 1o Congresso Internacional de Ciência, Consciência e Espiritualidade, que acontece de 5 a 7 de julho, no Centro de Convenções SulAmérica, na cidade nova, no Rio. Especialistas de diversos países estarão reunidos para debater os benefícios da combinação de ciência e espiritualidade em campos como a neurociência, psiquiatria, psicologia e nutrição.

As inscrições poderão ser feitas no Site abaixo, onde estarão disponíveis demais detalhes, tais como Programação, Palestrantes e outras informações relevantes:

www.congressoluminarium.com.br

De acordo com números do último levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, apenas no Sistema Único de Saúde (SUS), os atendimentos em terapias integrativas e complementares cresceram de 217 mil em 2008, para 2,1 milhões em 2016.
São reconhecidas como terapias complementares aquelas que estimulam os mecanismos naturais de prevenção e cura do ser humano através de métodos centrados na integralidade do indivíduo e na visão ampliada da relação entre saúde e doença.

Tem presença confirmada no evento o físico indiano Amit Goswami, referência mundial no assunto da consciência e um dos precursores em integrar ciência e espiritualidade com base em princípios quânticos. Ele se tornou globalmente conhecido após participar de filmes como "Quem somos nós" e "O Ativista Quântico".

Também participa do Congresso a psicoterapeuta britânica Sunita Pattani, coautora do livro "Quantum Psychology", escrito em parceria com Amit. Em seus trabalhos, Sunita utiliza os princípios da física quântica para explicar a consciência como base de nossa existência.

Outro destaque é o médico alemão
Rüdiger Dahlke, que vem ao Rio pela primeira vez. Especialista em medicina naturalista e psicoterapia, o autor do livro "A doença como caminho" entende as enfermidades como fenômenos repletos de sentidos, um caminho para levar à consciência conflitos internos não solucionados.

A lista de palestrantes inclui ainda o reitor da Universidade da Paz (Unipaz), Roberto Crema,
o psiquiatra e doutor em neurociências, Sérgio Felipe de Oliveira,
o médico e professor Grand PHD Francisco de Biase,
a terapeuta Mônica Oliveira,
o psiquiatra Pablo Vinícius,
o cirurgião ortopedista e
pós-graduado em BioNeuroEmoção, Carlos Veiga Jr.,
a nutróloga Nina Sobral,
a nutricionista Fernanda Scheer,

a pioneira do Thetahealing no Brasil, Giti Bond,
o educador e psicoterapeuta, Kaká Werá,
E o terapeuta, diretor de teatro e palestrante alemão na área de antroposofia, Eckart Böhmer.

Segundo Tânia Viegas, coordenadora geral do evento, a ciência e a espiritualidade finalmente estão cruzando seus caminhos.
Mais do que falar para pessoas envolvidas com terapias naturais complementares ou que já buscam técnicas integrativas para o tratamento de seus sintomas, o objetivo é atrair aqueles ainda reticentes em relação à eficácia de métodos que erroneamente são relacionados com práticas da religiosidade, misticismo ou esoterismo.
“Queremos acabar com qualquer dúvida que paire sobre a seriedade e possibilidades de harmonização do corpo, da mente e da alma. A ciência já comprova, e nossos palestrantes trazem provas científicas, que muitas vezes a cura excede os caminhos do corpo e passa pela consciência e pela espiritualidade", explica.
O Congresso é realizado pela
Orion - Um Olhar Consciente, com apoio institucional da Unipaz e organização e produção da Idealizar Faz Bem.
Entre os assuntos que serão debatidos estão: A interação entre mente, cérebro e consciência;
Como pensamentos e sentimentos alteram nossa realidade;
Os mecanismos da física quântica no campo de todas as possibilidades, entre outros.
Paralelo ao evento acontece a Feira do Bem Viver, na qual os visitantes poderão conhecer as novidades do mercado de saúde e bem-estar, como produtos de vestuário, esportes, alimentação, cursos e livros.
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Serviço:
Congresso Luminarium
Site www.congressoluminarium.com.br
Data: 5 a 7 de julho
Horário: 8h30 às 20h30
Local: Auditório Principal, Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro.
Contato:
Assessoria de Imprensa: Vera Pinheiro
E-mail: imprensa@congressoluminarium.com.br Tel: (21) 99918-5502